Indrodução
Primeiramente, vou-vos contar um pouco da minha história no mundo das finanças, partindo do início, do zero, das dívidas. Tenho a sensação de que a maioria das pessoas se irão identificar. Apesar de viver no Porto há já 3 anos, sou brasileiro, e, portanto, o início desta história deu-se no Brasil, há cerca de 7 anos atrás. Todos nós, ou pelo menos grande parte, quando saímos da casa dos nossos pais, para estudar ou trabalhar, damos início à nossa vida pessoal, profissional e financeira. Este é o momento em que nos vemos num mundo completamente novo, cheio de possibilidades e desafios.
Finanças no ensino básico
Infelizmente, vivemos numa sociedade onde dificilmente é-nos passado uma boa educação financeira nos ensinos de base. Portanto, crescemos e desenvolvemo-nos com os ensinamentos que recebemos dos nossos familiares, que, por sua vez, também não tiveram essas informações tão importantes ao longo da nossa caminhada na vida. Assim, crescemos com aquele velho modelo de vida: “estudar, licenciar, trabalhar, casar, comprar uma casa, um carro, ter filhos e viver feliz para sempre”. No entanto, no mundo real nem sempre as coisas acontecem como o esperado, e nem sempre é possível de seguir esse estilo de vida.
O início da vida independente é desafiador. Tudo é novo, arrendar um apartamento, pagar faturas, até mesmo fazeres compras no supermercado. Digo-vos, por experiência própria, que saí de casa dos meus pais aos 19 para me licenciar, depois fui trabalhar noutros sítios, concelhos e países, até aos dias de hoje. São imensos obstáculos, sempre acompanhados de grandes desafios. Não é fácil, existe uma mistura de sentimentos, sendo que há dias de tristeza, dias de saudade, mas também dias em que se aprecia a liberdade e a felicidade.
Controlo das finanças
Com esta mudança, percebi que para quase tudo na vida precisamos de uma coisa muito importante: o dinheiro, seja para comprar os bens necessários para a casa nova, comprar roupa ou pagar um jantar à tua namorada. Devido a todos os instrumentos de crédito que existem atualmente, é muito fácil alguém endividar-se, o que se torna ainda mais negativo quando o faz para comprar algo de que não precisa, podendo chegar ao ponto de perder o controlo da situação. Pode parecer uma piada ou que “só acontece aos outros”, mas é a mais pura das verdades e acontece mesmo sem a pessoa perceber. Nos meus primeiros meses de “independência” financeira contraí algumas dívidas, acabando por recorrer ao meu pai para me ajudar em diversas situações. Em determinado momento, bateu-me uma vergonha, uma tristeza, porque algo não parecia correto. Eu estava “livre”, tinha emprego, mas não conseguia pagar todas as minhas contas. Faltava-me algo muito importante: o controlo financeiro, isto é, perceber que não poderia gastar mais do que aquilo que possuía ou recebia. Resolvi então mudar a gestão do meu dinheiro, deixando de recorrer a cartões de crédito, comprometendo-me a dar um melhor uso ao meu dinheiro. No entanto, esta é apenas a minha experiência, podendo os cartões de crédito ser grandes aliados, quando utilizados de uma forma correta e controlada.
A famosa “bola de neve” das finanças
Passado algum tempo, já com o meu orçamento controlado, reparei que consegui poupar algum dinheiro, que se encontrava a render na conta bancária. Como deves saber, o dinheiro acumulado nestas contas rende pouco, o que me levou a procurar a famosa “Bola de neve”. Na altura, no Brasil, a taxa de juro na poupança era cerca de 10%, o que, na minha perspetiva, era bastante bom, dado o reduzido risco que apresentava. Face ao reduzido conhecimento que possuía na área das finanças e investimentos, e vendo aquele montante com um crescimento contínuo, fiquei empenhado em aprender mais sobre o tema, de modo a conseguir continuar a aumentar a minha riqueza e abrir novas possibilidades.
Então, devo investir com dívidas a pagar?
A resposta, de acordo com a minha experiência, é não! Procura amortizar as tuas dívidas e construir a tua reserva de emergência antes de iniciares a tua aventura neste mundo. Os juros da dívida, na maioria dos casos, são superiores aos retornos dos nossos investimentos. Não há sensação melhor do que estares sem dívidas, pois dá-te tranquilidade e clareza para tomares melhores decisões, tanto nos teus investimentos quanto na tua vida pessoal e profissional.
Aproveita e até a próxima!